Dieta do Jejum Intermitente: é segura?

Quando o assunto é dieta o que não falta na internet são opções (algumas mais confiáveis e outras, nem tanto). Uma dessas que vem chamando a atenção nos últimos anos é a técnica do Jejum Intermitente.

Apesar de a ideia de jejuar para perder peso não seja algo realmente novo, esse método começou a se popularizar a partir de 2013 com o lançamento do livro “A Dieta dos Dois Dias”, do inglês Michael Mosley. Mas será que essa dieta é segura? E realmente funciona? Confira nesse artigo. 

O que é Jejum Intermitente?

Hoje em dia existem diversos métodos de jejum intermitente, mas a ideia original de Mosley era que a pessoa se mantém em uma dieta normal (e não exagerada) ao longo de cinco dias, intercalados com dois dias inteiros de semi-jejum. Nesse período, os homens estariam autorizados a consumir apenas 500 calorias, e as mulheres, 600. 

Mas com a popularização da dieta, diversos novos formatos surgiram, como o que a pessoa mantém 12 horas de alimentação regular e 12 em jejum e o mais famoso 16:8, comendo a vontade por oito horas e jejuando nas outras 16. Esse momentos em que a alimentação é livre são chamados “janelas de alimentação”. 

Durante o período de jejum, a pessoa deve consumir muito líquido, no caso, não calóricos, como água, chás e café. A ideia por trás do processo é estimular o corpo a queimar as reservas de gordura durante esse período. 

Vantagens e desvantagens do jejum intermitente

Vantagens

Uma coisa que costuma atrair as pessoas para essa dieta é o fato de você poder comer aquilo que desejar, claro que, sem exageros e dentro da sua janela de alimentação. Alguns estudos apontam ainda que alguns animais, quando submetidos a períodos regulares de jejum apresentaram menor propensão a desenvolver doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e até mesmo câncer. 

Desvantagens

É difícil medir a eficácia desse tipo de dieta, uma vez que há tantos modelos diferentes sendo seguidos. Além disso, ela funciona de forma diferente para diferentes tipos de pessoas. De modo geral uma das maiores desvantagens é a dificuldade dos participantes em manter os períodos de jejum, o que acaba levando ao abandono.

Outro ponto é que, uma vez que os participantes deixam de jejuar, a tendência é que recuperem o peso prontamente (o chamado efeito sanfona).

A dieta também não é recomendada para crianças e adolescentes, (que estão ainda em fase de crescimento) e para pessoas que sofrem de algum tipo de doença crônica como diabetes ou problemas de pressão.

Cuidados ao fazer Jejum intermitente

De maneira geral os nutricionistas não recomendam a permanência em jejum por um dia inteiro, o que pode gerar fraquezas e uma fome exacerbada. Caso comece a sentir sintomas como tontura, fadiga, irritabilidade , dor de cabeça, ansiedade ou dificuldade de concentração, talvez seja melhor você considerar quebrar o jejum. 

Durante as janelas de alimentação, é importante reintroduzir os alimentos aos poucos, evitando desconfortos. Dê preferência também a alimentos que aumentam a sensação de saciedade, ricos em fibras, proteínas, vitaminas e sais minerais e gorduras boas.

Outro ponto importante é não realizar exercícios físicos durante o período de jejum, a menos que muito leves e no período da manhã, quando seu corpo tem mais energia. 

“É importante ressaltar que as investigações comparativas realizadas até o momento, demonstram que há perda de peso semelhante quando se realiza ou jejum intermitente ou restrição energética continua por determinado período e que a obesidade é fortemente relacionada a hábitos de vida não saudáveis e não a intervalos menores ou maiores de alimentação.

Além disso, os intervalos fracionados de refeição, aumentam a oferta e biodisponibilidade de nutrientes, reduz episódios compulsivos e auxilia na manutenção adequada dos níveis hormonais, em contrapartida, não há evidencias científicas suficientes de estudos envolvendo humanos sobre os benefícios do jejum intermitente.” 

Ressalta a Coordenadora do Serviço de Nutrição e Dietética do Grupo São Cristóvão Saúde, Cintya Bassi

E por fim, e o mais importante: Não comece nenhum tipo de dieta, especialmente uma tão radical, sem antes consultar um médico antes, e também durante o processo.